terça-feira, 30 de setembro de 2014

11 - A escolha da doula

Como já estou na metade da gravidez (puxa, como passou rápido), chegou a hora de escolher a "minha" doula. 
No site da associação potiguar tive acesso a relação de doulas aqui de Natal e comecei a minha pesquisa. A parteira me indicou também o nome de 3 doulas que trabalhavam com ela em parto domiciliar.



Conversei com elas pelo facebook e whatsapp e marquei encontro com Nicole Passos. Foi amor a primeira vista. 
Nossa conversa fluiu de maneira muito tranquila e ela é a calma em pessoa, o que particularmente acho muito bom pra contrabalancear a agitação minha, de Paulo e de Ginny.
Ela é naturoterapeuta e teve os filhos dela por parto domiciliar, fato que me tranquiliza ainda mais. Na nossa conversa tirei algumas dúvidas sobre a hora do parto e acertamos todos os detalhes, inclusive financeiros.

Pronto, mais um degrauzinho escalado em direção ao meu tão sonhado parto domiciliar.

Essa semana também teve consulta com a minha GO. Tudo está correndo da maneira esperada. Da cirurgia até agora ganhei 1,900kg, a pressão está boa e novos exames de sangue foram solicitados para verificarmos a anemia, resumindo, consulta rotineira e tudo tranquilo até aqui. Ainda não me decidi se vou contar a ela sobre a minha decisão de parto domiciliar, acho que vou sondá-la um pouco mais antes de decidir algo. Fui liberada para fazer hidroginástica, então agora é mandar a preguiça embora e começar a me exercitar.

Comecei a hidroginástica na última quinta-feira(25/09) e estou muito feliz. O professor (Cacá) é super atencioso e alto-astral. Saí da aula moída, pensando que na sexta-feira não conseguiria nem me levantar da cama, mas, surpreendentemente amanheci super bem. Super recomendo a hidro na gestação.

Sexta-feira (03/10) tem consulta com Ginny e devo confessar que os últimos dias tem sido cheios de dúvidas, revoltas e ansiedades da minha parte.
Quanto mais leio e estudo sobre o cenário do nascimento no Brasil mais fico indignada.É muito revoltante chegar a conclusão de que para ter o parto normal que eu quero, sem ocitocina sintética, episiotomia,manobra de kristeller e outras, não há a opção de ir para um hospital. Tem-se realmente que desembolsar o que não se tem para poder garantir o direito a algo que deveria ser fisiológico. 

Nós mulheres precisamos de alguma forma, começar a mudar esse cenário tão triste do nosso país. Me culpo muito por não ter me informado na minha primeira gestação e tomado para mim o poder da decisão. 
A maneira como a assistência ao parto no nosso país é realizada realmente deixa as mulheres mais propensas a escolher uma cesárea agendada, aonde ela se sentirá muito mais "segura" com relação aos procedimentos que serão realizados. 
Para se ter um parto "normal" é uma verdadeira luta. Desde encontrar um obstetra que aceite de verdade realizar o parto normal, diferente de dizer que aceita e depois te induzir a uma cesárea no fim da gestação com uma desculpa esfarrapada qualquer, até conseguir passar pelo trabalho de parto sem sofrer nenhum tipo de violência obstétrica, coisa muito rara infelizmente.

Fico muito triste quando percebo que durante todo esse período de gestação em que deveríamos estar concentradas em fazer o enxoval, escolher a decoração do quarto, alimentação, curtir os chutes do bebê, temos que estar nos preocupando em como nos livrar das violências obstétricas que vemos acontecer diariamente no nosso país.

Para quem quiser se informar um pouco mais sobre a violência obstétrica praticada no nosso país, vou criar uma página aqui no blog com informações iniciais.

Segue o link da relaçao das doulas aqui de natal:
Link da página da minha doula Nicole Passos:

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