sábado, 8 de novembro de 2014

13 - A montanha russa da vida - Talassemia



É engraçado, meu marido costuma dizer: "O homem faz seus planos e Deus ri". Nesse momento da minha vida, enxergo que de nada adianta tantos planejamentos, de uma hora para outra tudo pode mudar.

Minha vida nessa gestação tem de fato sido uma verdadeira montanha russa emocional. Tenho enfrentado um verdadeiro turbilhão de emoções; Meu marido está mudando de profissão, o que me deixa muito feliz, e ao mesmo tempo apreensiva, gostaria inclusive de estar podendo dar mais suporte a ele, e a gravidez não está saindo da maneira como imaginei.

Cada dia que passa surge uma novidade que me  sai do controle. 

Durante a minha vida inteira, aqui e acolá, eu aparecia com uma leve anemia, nada que fosse preocupante. Durante a minha primeira gravidez, a anemia também estava lá, fiz complementação de ferro e, aparentemente, era suficiente. Ninguém nunca investigou a fundo, a real causa dessa anemia.

Esse ano, com tudo que aconteceu, os exames de sangue foram mais frequentes, provavelmente 01 a cada 15 dias até fazermos a cirurgia de vesícula. Depois da cirurgia, ao mudar de obstetra, e ao olhar atento da minha parteira, continuamos realizando mais alguns hemogramas, e percebemos que apesar da reposição de ferro a minha anemia não estava cedendo. A obstetra achou por bem me encaminhar ao hematologista para que ele fizesse uma investigação e a minha parteira solicitou que verificássemos alguns pontos nessa investigação. Ela já suspeitava de Talassemia. Após uma via crucis com meu plano de saúde, consegui agendar o hemato que pediu os exames para começarmos a investigação.

Como Ginny suspeitava, ao recebermos os exames, ficou comprovado que tenho Talassemia Minor, uma doença genética com um nome muito feio, mas que não afeta minha vida em muita coisa. A talassemia é uma doença sanguínea herdada entre os membros de uma família (hereditária) na qual o organismo produz uma forma anormal de hemoglobina, a proteína encontrada nos glóbulos vermelhos que carrega o oxigênio. Essa doença resulta em destruição excessiva dos glóbulos vermelhos, causando anemia.
Conversando com o hematologista ontem, ele me disse que tenho 50% de chance de passar esse defeito para as minhas filhas, mas que não há nada com que me preocupar. Na forma minor, como é a minha, a vida pode ser levada normalmente, apenas apresentarei sempre uma forma leve de anemia, que na gravidez se "agrava" um pouco.

O que realmente está me preocupando agora é se vou poder continuar com meus planos de um lindo Parto Domiciliar. Ginny não está muito certa quanto aos meu níveis de hemoglobina e gostaria que ele aumentasse um pouco mais, o hemato foi taxativo em me dizer que não irá subir, e isso tem me deixado na incerteza quanto ao fato de se ela vai topar ou não continuar comigo. Ela fala que ainda sou uma candidata viável mas que ela precisa se informar mais a respeito para se sentir segura. Sei que ela está certa, e que é muita responsabilidade auxiliar um PD, mas estou num momento da vida aonde não aguento mais nenhum tipo de incerteza. SURTANDO é a única palavra que encontro para definir como estou agora. Absolutamente tudo fugiu ao meu controle e essa instabilidade em todas as áreas da minha vida, estão me fazendo enlouquecer. A sensação que tenho é que não vou aguentar.

Mas, vamos pra frente e esperar as cenas dos próximos capítulos dessa novela que tem te se tornado a minha vida.

Para quem quiser mais informações acerca de Talassemia, segue os links.

http://drauziovarella.com.br/letras/t/talassemia/
http://www.abrasta.org.br/default

Nenhum comentário:

Postar um comentário