domingo, 24 de agosto de 2014

7 - A conversa com a "minha" parteira



E chegou o grande dia, conhecer a parteira. 

A manhã passou rapidamente e quando menos esperei chegou a hora da conversa. Logo de cara nos demos muito bem. Ginny é uma pessoa altamente agradável. Como estava ainda me recuperando da cirurgia, estou na casa da minha avó e pra quem nos conhece a família é bem grande. 
Após vovó, ninguém mais pariu em casa então para todos essa minha "ideia" era uma grande novidade, todo mundo queria conhecer a parteira. Ginny reagiu super bem aquela 'multidão' ao redor dela. 
Conversamos bastante (2h30 de conversa) tinha passado a semana inteira pesquisando na internet e anotando minhas dúvidas, inundei Ginny com todas elas. Paulo também havia feito o dever de casa, estamos muito certos do que queremos mas, acima de tudo queremos garantir que tanto eu quanto o bebê estaremos bem.

Será que as minhas dúvidas são as mesmas que as suas? Vou enumerar os meus questionamentos iniciais.
  • VBAC (parto vaginal após cesária) - Quais os riscos reais? O que podia acontecer de pior?
Ginny me respondeu que o risco maior é de ruptura uterina, que pode acontecer em 0,5% dos casos, e caso isso acontecesse havia risco real de morte para mim e para o bebê, que precisaríamos correr para o hospital imediatamente. Ela também me explicou que por meu parto se tratar de um VBAC ela chegaria lá em casa com o trabalho de parto um pouco antes para podermos monitorar a mim e ao bebê e qualquer suspeita de ruptura iríamos logo para o hospital para reduzirmos os riscos. 
Para quem quiser maiores informações sobre VBAC acesse o blog http://partoaposcesarea.blogspot.com.br e para quem tem o inglês ou disposição para usar um tradutor http://www.bellybelly.com.au/birth/vbac-sabotage-is-your-doctor-really-vbac-friendly#.U_s5s8VdUrX
  • Qual o material para procedimentos de emergência estariam disponíveis em minha casa caso houvesse necessidade?
Não queremos correr riscos desnecessários então para mim isso era uma grande preocupação. Ginny leva com ela material para ressuscitação do bebê caso seja necessário e também caso haja hemorragia em mim ela também tem como lidar com isso. 
  • Monitoragem do bebê durante o trabalho de parto?
Durante o trabalho de parto, entre e durante as contrações, o batimento cardíaco do bebê será acompanhado para detecção de sofrimento fetal, caso haja necessidade.
  • Se houver necessidade, caso o bebê não respire direito sozinho, ela teria como aspirá-lo?
A resposta é sim, mas apenas se houver necessidade. Não é um procedimento de rotina como é feito erroneamente no hospital contrariando inclusive diretrizes da sociedade brasileira de pediatria ( fonte: http://www.uff.br/mmi/neonatologia/graduacao/internato/obrigatorio/capitulos%20essencial%20rn/capitulo%203.pdf). Protocolos da OMS e o programa Help Baby Breath não utiliza aspiração das vias profundas respiratórias, mas a utilização de seringa caso haja necessidade.
  • Existe necessidade de uma doula?
Ela me disse que seria melhor para mim e para ela a presença de uma doula para nos auxiliar na hora do parto e me passou alguns contatos de doulas que trabalham com ela.
  • Vitamina K
Por tudo que li, ainda não existe nenhum consenso a respeito desse assunto. Eu decidi que não quero abrir mão da vitamina K. Ginny disse que tudo bem e que veríamos ao longo do processo como providenciar isso.
  • Registro - Como fazer para registrar sem a declaração de nascido vivo? Sem o registro o bebê fica descoberto do plano de saúde e não pode ser vacinado, fazer teste do pezinho, essas coisas.
Por mais ridículo que isso possa parecer aqui em Natal esse problema ainda é uma realidade. A SESAP se recusa a fornecer as parteiras o bloco com a declaração. Mas Ginny nos informou que dá todo o suporte para o registro e que caso o cartório se negasse a efetuar o registro, acionávamos judicialmente e que é um processo rápido de aproximada mente 2 dias. Respirei aliviada. Para mais informações sobre o registro, também vale a pena visitar http://vilamamifera.com/cafemae/quando-e-mais-facil-parir-do-que-registrar/

Basicamente as minhas perguntas iniciais foram essas, mas como disse antes foi uma conversa gostosa e demorada onde obtive toda a confiança que eu precisava para continuar com a minha decisão de ter um parto domiciliar.

Só temos agora um obstáculo, juntar o dinheiro para bancar o nosso sonho. Não vou passar valores aqui, até porque cada profissional cobra o seu valor. Adianto que não é um valor absurdo, é algo que planejando no início da gravidez dá pra se organizar e pagar. É muito importante para quem deseja realmente ter um parto domiciliar começar a procurar desde cedo pra poder fazer um acompanhamento legal e também poder programar o pagamento. 
Lembro que o valor pago a doula e a parteira não são ressarcidos pelo plano de saúde o que eu considero um absurdo.

Como estava tendo uma alimentação muito restrita ou inexistente, perdi muita massa muscular (minhas pernas e braços parecem com que fez redução de estômago e perdeu muito peso), Ginny recomendou hidroginástica assim que o cirurgião me liberasse e também me deu algumas recomendações alimentares.

Resultado AMEI meu primeiro contato "real" por assim dizer, com o parto domiciliar.

Contato Ginny - https://www.facebook.com/regine.marton

Nenhum comentário:

Postar um comentário