sexta-feira, 22 de agosto de 2014

1- Como tudo começou

É muito interessante como em tão pouco tempo tanta coisa muda.

Vou começar me apresentando.
Me chamo Silvana, tenho 33 anos, sou casada há 12 anos com Paulo Cesar e mãe de Ana Beatriz uma linda princesa de 4 anos e estou grávida de 16 semanas.
Nunca me considerei ativista, feminista (pelo contrário, me acho até um pouco machista) sou apenas uma mulher comum com um enorme desejo de saber o que é PARIR.
Cheguei a conclusão de que se dependesse do meio obstétrico convencional, eu não conseguiria ter meu parto da maneira como desejo e por isso resolvi partir para um Parto Domiciliar Planejado.

A gravidez de Ana Beatriz

Em 2009 após 3 anos de sofrimento e muuuita dor, brigando contra uma endometriose teve fim a minha batalha, por coincidência, em pleno 07 de setembro fiz uma cirurgia laparoscópica que acabou com a minha dor. 
Problema resolvido, meu médico já havia me informado, que após a "limpeza" laparoscópica seria a melhor hora para eu engravidar caso eu pensasse nisso. 

Devo confessar que sempre quis ter filhos mas ano após ano adiava essa ideia pois tinha outras coisas como prioridade. Após o que o médico falou, conversei com meu marido e decidimos que havia chegado a hora, tomamos a decisão de que iríamos engravidar. Eu pedi a Deus apenas uma coisa após essa decisão, queria engravidar de maneira tranquila, sem a ansiedade de todo mês estar fazendo teste pra saber 'SERÁ QUE FOI AGORA?' na minha opinião nenhuma mulher merece passar por isso. Ficou acertado com o médico que em dezembro faria uma ultra para ver como estava a recuperação e ele me "liberaria" para engravidar. Em outubro foi meu aniversário de casamento, aniversário do meu marido e aí não preciso nem contar o resto da história. Quando cheguei ao médico em janeiro, com minha ultra na mão, já estava grávida.

Foi uma gravidez muito tranquila, desejada e esperada. Minha mãe, uma grande avó coruja, a espera da sua primeira neta não cabia dentro de si. Tudo corria da maneira esperada. 
Em todas as consultas com o meu GO eu dizia a ele da minha vontade de ter um parto normal, ele nunca disse que sim, mas também não dizia que não. Eu na minha inocência de mãe de primeira viagem acreditava que tudo estava correndo bem e eu teria o meu tão sonhado parto normal.

Aos 7 meses numa ultra de rotina, fui informada que estava com o líquido amniótico baixo, sai de lá desesperada e fui direto conversar com o meu GO. Ele uma pessoa muito tranquila e em quem eu confiava até de olhos fechados, me disse que estava tudo bem e que eu aumentasse a ingestão de água. Foi o que eu fiz, no trabalho brincavam comigo que mudariam o garrafão de água e a minha mesa para dentro do banheiro, porque levei a orientação do médico muito a sério e o dia era pequeno pra tomar tanta água. Quando estou grávida fico bem "cri cri" com minha alimentação e cuidados médicos. Devo a Bia o fato de ter abolido refrigerantes e café da minha dieta e ter aprendido a me alimentar corretamente, salada antes de Bia, na minha opinião, era coisa pra lagarta. Cheguei as 38 semanas de gestação tranquila e fui fazer uma bendita MONITORAGEM, até hoje estou chocada com o uso daquela corneta na barriga da gente, coitada da criança. A médica que fez o exame olhou para mim e disse que eu fosse imediatamente para o consultório do GO para ele ver o resultado. Saí de lá direto para a clínica, era uma sexta feira perto da hora do almoço. Quando ele me atendeu me disse o seguinte: pelo que vejo aqui parece que a bebê está laçada, sua gravidez até aqui transcorreu muito bem, vamos agendar logo uma cesárea para amanhã de manhã para garantir que tudo continuará bem. Pronto, estava com uma cesárea de emergência marcada para o dia 24/07/2010 as 06:00h da manhã. Saí da sala anestesiada completamente, a ideia de parto normal nem passava mais pela minha cabeça, tudo o que eu queria era que o outro dia chegasse e que minha filha nascesse bem.

O nascimento de Ana Beatriz

Após quase 4 horas de uma longa espera, sozinha, deitada quase que imóvel amarrada a um soro, na ante sala do centro cirúrgico enfim a minha espera iria acabar. Fui para o centro cirúrgico muito feliz pois teria minha princesa, com o meu marido me acompanhando, um médico a quem eu queria bem como se fosse da família e confiava muito. O clima no centro cirúrgico era ótimo, todos riam, brincavam, conversávamos e então lá vamos nós...
Na hora em que o médico cortou minha barriga, Ana Beatriz subiu até debaixo das minhas costelas, se é uma reação comum não sei, mas a sensação que me dava era como se ela quisesse se esconder. Após algum tempo ouço a médica assistente dizer ao meu médico "Ela não quer sair" e todos ríamos. Na época achei muito engraçado, a minha filha não devia estar achando nenhum pouco engraçado. Ela se segurava no útero, depois no cordão umbilical e enfim conseguiram arrancá-la para fora de mim. Me mostraram ela muito rapidamente e todos os procedimentos de rotina se iniciaram. Para mim e para meu marido,aquilo era o "normal" a se fazer. Meu marido seguiu então minha filha até a área aonde deram banho nela e apresentaram a família. Logo em seguida fui para a sala de recuperação e trouxeram Bia para mamar. Ela já pegou meu peito com toda ferocidade e começou a sugar.
Ao contrário de muitas pessoas, tive uma excelente experiência com a cesárea. Tive uma recuperação muito rápida, indolor, mamãe dizia que nem parecia que tinha feito cirurgia, com 24h tive alta. Minha filha nasceu saudável e eu estava muito feliz. A felicidade da ignorância.

Nenhum comentário:

Postar um comentário