sexta-feira, 22 de agosto de 2014

3 - E a vesícula me pegou

E começa o pré-natal.
Cheguei ao consultório do meu GO com uma dor de estômago terrível e muito mal estar. Ele não me examinou e atribuiu isso a uma virose, estranhei o fato de ele não ter me examinado mas tudo bem é uma virose e daqui a pouco eu vou melhorar.

Quando me dei conta já havia se passado 1 mês e nada de eu melhorar, muito pelo contrário, me sentia muito pior. Comecei a ter calafrios e me sentia febril. Resolvi que no outro dia pela manhã iria ao hospital pra ver o que estava acontecendo.

Ao chegar no hospital Deus colocou um anjo no meu caminho. Um médico extremamente atencioso, daqueles que é difícil de se encontrar. Ele me examinou da cabeça aos pés e já no exame ele disse que achava que era vesícula mas que solicitaria uma ultra e um exame de sangue para confirmar. Nessa hora meu coração veio na boca, crise de vesícula na gravidez era tudo que eu não queria. Fiz a bendita ultra e nela descobri que não tinha uma pedra na vesícula e sim uma pedreira completa. Quando fui mostrar o resultado ao médico, ele já havia ido embora e a médica que ficara no lugar dele meu Deus do céu, era inversamente proporcional a ele, simplesmente terrível. Cheguei em casa e já liguei para meu GO, ele disse que tava tudo bem e que controlaríamos com alimentação.

A essa altura, me alimentava de quase nada, perdia 1 kg por semana e não estava nada bem. Mamãe já estava na minha casa para me ajudar.

Passei a ir no GO a cada 2 semanas pois não me sentia nada bem. Ele me dizia que estava tudo bem, que nunca uma grávida dele tinha precisado se operar e que se eu não conseguia me alimentar deveria ir ao hospital tomar 2L de soro, que isso daria glicose para o bebê se alimentar.

Eu estava muito preocupada, com muita dor, vomitando feito uma louca, não conseguia mais sustentar nenhum tipo de alimento e ia ao hospital a cada 2 dias para tomar soro pois já estava desidratada. Meu marido coitado, companheiro fiel de hospital.

Um belo dia cheguei ao consultório do GO quase chorando de tão mal que eu me sentia. E o interessante disso tudo é perceber o quanto as pessoas perderam a capacidade de ouvir o que os outros dizem. Os médicos diziam isso é enjoo da gravidez e eu dizia, não isso não é enjoo, eu vomito de dor. Eu enjoei muito da minha primeira gravidez, eu sabia o que era enjoo. O que eu tinha era muita dor. Quando eu comia a dor era tão grande que eu não conseguia segurar a comida. A quantidade que eu tentava comer era ínfima e nem assim eu conseguia sustentar. Enfim cheguei ao consultório e a essa altura eu já havia emagrecido 9kg. O médico dizia que não estava preocupado com o meu peso, que se fosse preciso ele me internava para eu ficar no soro. Mamãe não aguentou e pediu a ele um encaminhamento para um cirurgião pois queria ouvir uma outra opinião. Ele então solicitou o parecer de um cirurgião geral. Saí de lá direto para o consultório do cirurgião e conseguimos um encaixe para o mesmo dia a noite. 
Pra resumir um pouco a história, depois de tentativas de melhoras com antibiótico, o cirurgião agendou a cirurgia para o outro dia a tarde.

Meu coração de mãe estava aflito mas eu tinha total consciência de que seria o melhor para mim e para o bebê pois eu já estava em um ponto onde tomar banho era muito esforço para mim. Cada dia que passava eu estava mais debilitada. Liguei para meu GO e disse que o cirurgião havia agendado a cirurgia para o outro dia, se havia alguma medicação para eu tomar ou cuidados pré ou pós cirúrgico. O que houvi foi uma piada "é você é chique e vai fazer a cirurgia, nenhuma grávida minha jamais precisou" e eu calmamente não dei resposta, não comentei com ninguém, me despedi e desliguei o telefone.

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